por Dra. Eleonora S. Dias
 Sexo e adolescência
Até a pouco tempo atrás era quase que impossível, absolutamente proibido, falar sobre sexo. Mas ainda hoje se fala pouco e se tem uma falsa idéia de que ser liberado sexualmente significa "transar com quem pintar".

O objetivo de se falar sobre sexo e adolescência é poder desmistificar que sexo é sujo e feio, mas sim podermos encarar que a sexualidade é linda e que devemos encará-la de forma natural, pois já nascemos com ela e está presente em todas as fases do desenvolvimento.

A principal influência está na atitude dos pais frente à sexualidade. Uma família que não demonstra afeto, que não se toca, que reage agressivamente a toda cena sensual que aparece na TV, está ensinando que sexo é feio, sujo e proibido. Uma mãe capaz de proximidade física com seu bebê, possibilitará a ele a capacidade de ter prazer físico e intimidade afetiva com outro ser humano. Perguntas respondidas ou ignoradas, atos de carinho ou rejeição, atitudes, palavras diante da sexualidade, tudo isso, associado a mídia e aos grupos sociais, fazem parte do que chamamos de EDUCAÇÃO SEXUAl.

O que acontece hoje é que a ênfase em relação a sexualidade está no desempenho genital e não emocional e a liberdade sexual tem sido confundida com promiscuidade.

A informação sexual correta, ao contrário do que se imagina, produz um adiamento na pratica sexual, pois o sexo será praticado com mais responsabilidade e com maior possibilidade de se usufruir o prazer.

A relação sexual é o mais íntimo dos atos e a maneira de mostrar o amor que se sente por outra pessoa. O sexo por curiosidade, só para ver como é, geralmente não é uma boa porque é muito fácil de se machucar e se magoar.

Na adolescência ocorre várias mudanças, tanto físicas como de sentimentos, que tornam um período de "crises". As mudanças no corpo, voz, odor e etc, ocorrem em média aos 12 anos e isso deverá ser encarado de uma forma natural.

Muitos pais acham que é difícil falar sobre sexo com os filhos e muitas vezes não sabem explicar como funcionam os órgãos reprodutores. Outros sentem vergonha ou se sentem embaraçados para conversar com seus filhos sobre sexo.

A verdade é que ninguém precisa engravidar ou apresentar uma doença sexualmente transmissível para aprender sobre anticoncepcionais e prevenção. Ninguém precisa aprender através do sofrimento. Aqueles que tiverem conhecimento prévio terão mais responsabilidade antes de ter uma relação sexual.

Não se quer com isso que tenhamos um culto a virgindade e sim que a escolha de se ter ou não a primeira relação sexual seja com alguém que se gosta, em condições adequadas de tempo e espaço e que isso não traga risco de uma gestação indesejada e tão pouco de doenças sexualmente transmissíveis. Se faltar qualquer uma dessas condições, é porque ainda não está na hora de ter uma relação.

Ainda bem que estamos constantemente em mudanças de comportamento e hoje, com o aparecimento da AIDS, está ocorrendo uma mudança na conduta com os rapazes que, antigamente, iam a procura de prostitutas para iniciarem o sua vida sexual. E as meninas não estão a espera do marido ideal, estão indo a luta, trabalhando e indo em busca de sua realização profissional e afetiva.

Em conclusão o sexo e a sexualidade existem para nos dar a realização mas, se iniciada erroneamente, sem informação, pode ser um desastre que vai desde uma gestação indesejada até doenças sexualmente transmissíveis, isso sem falar na insatisfação.


 08/07/2003 (data de publicação)

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